“Conta-se que, logo após a sua desencarnação, quando o corpo ainda não havia baixado ao Pére-Lacahise para descansar à sombra do dólmen dos seus valorosos antepassados, uma multidão de Espíritos veio saudar o mestre no limiar do sepulcro.

Eram antigos homens do povo, seres infelizes que ele havia consolado e redimido com as suas santas expansões afetivas.

Uma lâmpada maravilhosa caiu do céu sobre a grande assembleia dos humildes, iluminando-a com uma luz que por sua vez, era formada de expressões do seu “Evangelho segundo o Espiritismo”, ao mesmo tempo em que uma voz poderosa e suave dizia do infinito:

– “Kardec, regozija-te com a tua obra!

“A luz que acendeste com os teus sacrifícios na estrada escura das descrenças humanas vem felicitar-te nos pórtico misteriosos da imortalidade…

“O mel suave da esperança e da fé que derramaste nos corações sofredores, da Terra, reconduzindo-os para a confiança na minha misericórdia, hoje se entorna em tua própria alma, fortificando-te para a claridade maravilhosa do futuro.

“No Céu estão guardados todos os prantos que choraste e todos os sacrifícios que empreendeste…

“Alegra-te no Senhor, pois teus labores não ficaram perdidos.

“Tua palavra terá uma benção para os infelizes e desafortunados do mundo, e ao influxo de tuas obras a Terra conhecerá o Evangelho no seu novo dia!…”

Do Livro Crônicas de Além Túmulo
Humberto de Campos e Chico Xavier