VI – Desgosto Pela Vida – Suicídio

(Questões retiradas do Livro dos Espíritos)

  1. De onde vem o desgosto pela vida que se apodera de alguns indivíduos sem motivos plausíveis?

       — Efeito da ociosidade, da falta de fé e geralmente da saciedade. Para aqueles que exercem as suas faculdades com um fim útil e segundo as suas aptidões naturais, o trabalho nada tem de árido e a vida se escoa mais rapidamente; suportam as suas vicissitudes com tanto mais paciência e  resignação quanto mais agem tendo em vista a felicidade mais sólida e mais durável que os espera.

  1. O homem tem o direito de dispor da sua própria vida?

       — Não; somente Deus tem esse direito. O suicídio voluntário é uma transgressão dessa lei.

       944 – a) O suicídio não é sempre voluntário?

       — O louco que se mata não sabe o que faz.

  1. O que pensar do suicídio que tem por causa o desgosto da vida?

        — Insensatos! Por que não trabalhavam? A existência não lhes teria sido tão pesada!

  1. Que pensar do suicida que tem por fim escapar às misérias e às decepções deste mundo?

       — Pobres Espíritos que não tiveram a coragem de suportar as misérias  da existência! Deus ajuda aos que sofrem e não aos que não têm força nem coragem. As tribulações da vida são provas ou expiações. Felizes os que as suportam sem se queixar, porque serão recompensados! Infelizes, ao contrário, os que esperam uma saída nisso que, na sua impiedade, chamam de sorte ou acaso! A sorte ou acaso, para me servir de sua linguagem, podem de fato favorecê-los por um instante, mas somente para lhes fazer sentir mais tarde, e de maneira mais cruel, o vazio de suas palavras.

Comentários feitos pelo Espirito Miramez no livro FILOSOFIA ESPÍRITA – VOLUME XIX CAPÍTULO 26, Dispor da Vida. Psicografia de João Nunes Maia.

O homem não tem o direito de dispor da sua vida física. Ele tenta destruí-la, no entanto, não consegue e ilude a si mesmo, pensando, por momentos de inquietação, em entrar na paz que supõe encontrar. Ninguém destrói o que o Criador planejou e fez. O melhor para todas as criaturas é procurar obedecer aos ditames da lei que nos rege a todos.

Deves sair da ociosidade e ajudar aos outros. Ela inspira aos seus servos esse desastre de mudança forçada que é o suicídio, fazendo-os chegar à espiritualidade por portas inconvenientes, tendo de retornar à carne em duras provas, capazes de conduzir a alma a situações dolorosas. Quantas dessas não estão no mundo passando por experiências terríveis, por causa de simples pensamentos do passado, que foram se avolumando, chegando ao ato do suicídio?

Pensar é acumular idéias, e idéias acumuladas são como uma fala constante aos ouvidos, na acústica mental. Aos homens e mulheres que já cometeram essa loucura, não temos nada a falar. Serão as próprias provas que irão lhes dizer, mas, às criaturas que não chegaram a essa distorção dos poderes da alma, dizemos que devem meditar em Deus, procurarem amar ao Senhor, vendo no próximo a sua própria continuação, e mudarem de vida, procurando um trabalho honesto, que esse labor poderá lhes inspirar a alegria de viver.

Sabemos que o louco que se mata não sabe o que faz; a vida ou despertamento espiritual tem dessas coisas que só o futuro poderá explicar melhor, pelo preparo que cada um haverá de ter, dos próprios sentimentos espirituais.

A culpa no suicídio é de conformidade com os sentimentos e evolução das pessoas. Não existe suicídio que se iguale aos outros; cada um tem a sua resposta da natureza, para o aprendizado do infrator. Não podes dizer: “A vida é minha, faço o que desejar com ela”. A vida, como todas as coisas, pertence ao Criador. Ele pode fazer o que desejar dos Seus filhos; para Ele não existe infração às leis, pois Ele é o Criador de todas elas. Ele é o Legislador Divino.

Aos companheiros que já pensaram em suicidar e aos que ainda pensam, aconselhamos que procurem ocupação nobre. Se não precisam trabalhar para viver, procurem fazer o bem aos que sofrem, que essa caridade os salvará de todas essas insinuações malfeitoras. Não sejamos insistentes no mal; procuremos sempre o bem, que esse bem vem ao nosso encontro.

A índole de matar se encontra dominando os pensamentos humanos. As próprias divisões das nações e de terras parecem um estímulo, principalmente quando invadidas, para as matanças. A violência gera violência, e os resultados são nefastos, com conseqüências geradoras de dores maiores. Quantos se encontram em todos os países, sofrendo os efeitos de ações passadas em guerras fratricidas? São incontáveis. Jesus veio à Terra para por um ponto final nessas agressões, mas, por enquanto, os nossos irmãos não entenderam a mensagem do Mestre de paz a todas as criaturas. É preciso que Ele volte? Verdadeiramente dizemos que Ele já voltou, e a mesma humanidade não O reconheceu, como muitos que ainda O esperam.

Devemos procurar o reino de Deus e a Sua justiça, que o mais virá a nós pelas vias da misericórdia. Tirar a vida é ilusão, e aceitá-la Como Deus a fez é realidade que nos traz a paz ao coração e a tranqüilidade à consciência.

Então lhe perguntou Pilatos:

Não ouves quantas acusações te fazem? (Mateus, 27:13)

Mesmo que ouças tantas acusações quantas queiram te fazer, não mudes a tua idéia do bem e de viver, pois, foi esse o exemplo que Jesus deu à humanidade, o de cumprir Seu dever no mandato que o Pai Lhe entregou, para ser o Guia da humanidade na Terra e no céu da própria Terra.