FELICIDADE E DEVER
Pelo Espírito Emmanuel.
Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: Religião dos Espíritos. Lição nº 51. Página 129.
Estudos e Dissertações em torno da Substância Religiosa de “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec.
Reunião pública de 13/07/1959. Questão nº 922.
A procura da felicidade assemelha-se, no fundo, a uma caçada difícil.
Taxando-a por dom facilmente apresável, há quem a procure entre os mitos do ouro, enferrujando as mais belas faculdades da alma, na fossa da usura; quem a dispute no prazer dos sentidos, acordando no catre da enfermidade; quem lhe suponha a presença na exaltação do poder terrestre, acolhendo-se à dor de extrema desilusão, e quem a busque na retenção do supérfluo, apodrecendo de tédio, em câmaras de preguiça.
Não há felicidade, contudo, sem dever corretamente cumprido.
Observa, pois, o dever de que a vida te incumbe.
Vê-lo-ás, hora a hora, no quadro das circunstâncias.
– Na fé que te pede serviço.
– No serviço que te roga compreensão.
– No ideal que te pede caráter.
– No caráter que te roga firmeza.
– No exemplo que te pede disciplina.
– Na disciplina que te roga humildade.
– No lar que te pede renúncia.
– Na renúncia que te roga perseverança.
– No caminho que te pede cooperação.
– Na cooperação que te roga discernimento.
Por mais agressivos se façam os empeços da marcha, não te desvies da obrigação que te recomenda o bem de todos, sempre que puderes e quanto puderes, seja onde for.
Porque te mostres leal a ti mesmo, é possível que a maioria te categorize à conta de ingrato e rebelde, fanático e louco.
A maioria, no entanto, nem sempre abraça o direito. Não podemos esquecer que, no instante supremo da humanidade, ela, a maioria, estava com Barrabás e contra o Cristo.
Cumpre, assim, teu dever, e, tomando da Terra somente o necessário à própria manutenção, de modo a que te não apropries da felicidade dos outros, estarás atingindo a verdadeira felicidade, que fulge sempre, como bênção de Deus, na consciência tranquila.