ADVERSIDADE
Pelo Espírito Emmanuel.
Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: Abençoa Sempre. Lição nº 03. Página 22.
Indagar quanto ao porquê das dificuldades que a vida oferece ao homem será o mesmo que perguntar relativamente aos motivos pelos quais o homem corta a pedra para que a pedra venha a servir.
Abandone-se a enxada ao repouso permanente e, a breve espaço se fará imprestável.
Negue-se a fonte a transitar sobre os percalços do solo e, a tempo curto, se transformará em tristeza do charco.
A rigor, a adversidade não existiria no mundo se considerássemos as tarefas da existência física por lições. Fizéssemos isso e todas as provas assumiriam as dimensões que lhes são características, passando à função de testes indispensáveis ao exame dos valores que adquirimos.
Antes de nossa própria reencarnação, muito frequentemente, sabemos que se tomará novo berço para a recapitulação de experiências em que não fomos felizes, seja para ressarcir débitos que largamos à retaguarda, com o objetivo de extinguir enganos perpetrados por nós mesmos, a fim de nos entregarmos à execução de compromissos alusivos ao burilamento íntimo ou no sentido de reencontrar antigos desafetos para transfigurá-los em laços de amor.
Reestruturadas, porém, as possibilidades de ação e renovação a nosso benefício, habitualmente, vestimos em pessimismo as melhores oportunidades de melhoria e de progresso, sem extrair delas o proveito preciso.
Reflitamos em semelhante realidade para facearmos as lutas do caminho sem ilusões. Aceitemos construtivamente os desafios e problemas que a vida nos proponha, empenhando-nos a solucioná-los com segurança, sem a volúpia de retê-los indefinidamente no coração.
Certifiquemo-nos, sobretudo, de que ninguém evolui sem mudanças e de que não existem mudanças sem atritos ou deslocamentos, conflitos ou desajustes.
À vista disso, reconheçamos que as crises da vida aparecem na estrada de todos em auxílio de todos.
E de toda grande dificuldade, cada criatura, conforme as reações que demonstre, se retirará maior para receber encargos sempre maiores ou novamente ajustada às dimensões de espírito em que ainda se encontra, a fim de entrar outra vez, em ocasião oportuna, no clima da adversidade educativa, para realizar renovados tentames de elevação própria, em cujo trabalho se obriga a revisar-se e recomeçar.